Como surgiu a Rootine?

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Por vezes pensamos que a vida nos prega rasteiras, mas sinto verdadeiramente, que tudo acontece por alguma razão, e que naturalmente a vida nos ensina e nos guia a chegar ao nosso destino.

Desde cedo quis seguir os passos da minha mãe, que se formou em Decoração de Interiores, pelo que, alguns anos da minha vida giraram à volta do mundo das Artes. O intuito era entrar em Arquitectura de Interiores, mas quis o destino que assim não fosse.

Por outro lado, a vida familiar, levou a que tivesse que gerir uma casa a partir dos 16 anos. Entre muitas novidades e aprendizagens, este foi também o momento em que a cozinha que já era anteriormente um gosto, se transformasse numa paixão.

Com dois anos de introspeção, de formações e várias experiências de trabalho, desde ateliers, cafés e eventos, percebi que o caminho deveria ser mesmo pela cozinha. Pelo que acabei por tirar uma licenciatura na Escola de Hotelaria e Turismo no Estoril.

Nos anos em que trabalhei em cozinha, depressa aprendi que as minhas mais valias organizacionais podiam alterar o impacto do trabalho de todos. Acabei por começar a estar cada vez mais relacionada com todas as burocracias, a ajudar em tudo o que era necessário para que o resto da equipa pudesse apenas concentrar-se no produto final.  Uma oportunidade de evoluir nesta área de trabalho e oficializar o que já fazia anteriormente, acabou por surgir mais cedo do que estava à espera, o que me fez abraçar este mundo de gerir operações e deixar de vez o trabalho na cozinha.

Uma vez que sempre procurei ter a minha independência financeira, quando cheguei a Gestora de Operações, já contava um total de quase 10 anos das várias experiências de trabalho, que se mostraram, neste momento, fundamentais, na gestão de equipas/ pessoas. E foi aqui, neste ponto, que senti a primeira vez uma verdadeira realização profissional.

A instabilidade levou-me a uma nova empresa, desta vez mais relacionada com a área hoteleira, que trazia um desafio acrescido e uma oportunidade de crescimento. A falta de liberdade e o sentimento constante de estar aquém das minhas competências fez-me novamente repensar a minha vida.

Quando repensamos a nossa vida, acabamos por desenterrar muitos mais pontos que são fundamentais para nós, mas que, muitas vezes, ficam perdidos no caminho. Entendi, nesse momento, que queria mudar de vida. Entendi quais eram de facto os meus objectivos de vida e o que queria para o meu futuro. No entanto, não estava a conseguir identificar qual o caminho profissional a tomar. Mas sabia que os meus objectivos, entre outros, passavam por trabalhar com pessoas, dedicar-me aos outros, e dar verdadeiramente um contributo positivo. Resumindo, o que eu queria mesmo era ser fada madrinha, mas não havia vagas….

Um dia, sem nada estar à espera, deparei-me com a profissão de Organizadora Profissional. E se por uma lado senti de caras que era o que eu queria fazer, que esse era o meu futuro, por outro lado, uma voz dizia, “mas como assim? Isto é de facto uma profissional que existe? É viável? É possível?”. Com o tempo, ponderação e aceitação que é necessário para tomar uma decisão destas, só passado quase 6 meses é que decidi que fazia de facto sentido, que tudo encaixava.

Uma coisa era certa, para entrar neste novo mundo, tinha que ser a 200%, pelo só fazia sentido ser uma profissional credenciada na área, se soubesse de facto o que estava a falar, se tivesse conhecimento de causa. Pelo que se seguiu um período de estudos profundos, ao mesmo tempo que aplicava os conhecimentos, com alguns clientes piloto.

Acabei por me tornar formada e certificada pela NAPO (National Association of Productivity and Organization), mas continuava a sentir que ainda não estava completamente preparada, pelo que continuei a estudar, a tirar mais formações a ir mais além.

Até que chegou o momento, e a Rootine nasceu, com o propósito mais puro de melhorar a qualidade de vida dos outros através da organização. E se me perguntam então, como surge a Rootine? Surge com o somar de todas as aprendizagens que fui tendo ao longo da minha vida, desde as competências que ganhei em ter que gerir uma casa desde os 16 anos, da sensibilidade estética que adquiri enquanto a minha vida era na área das Artes, na eficiência e qualidade que retirei dos anos que trabalhei em cozinhas, na paixão de trabalhar com pessoas, para pessoas e em simplificar processos que aprendi com todas as experiências… A Rootine surge com o meu percurso e hoje sei, que neste momento, nada faz mais sentido e nada me faz mais feliz do querer ajudar a simplificar a vida dos outros através da organização.

Teresa Pena Bastos

Organizadora e Consultora de Produtividade